
Advento 2020
3ª Etapa – 3ª Semana do Advento
“Não eu, mas Deus!” – Carlo Acutis
Neste terceiro passo, continuamos o nosso percurso pelo esquema da eucaristia e vamos olhar a parte da liturgia eucarística, terceiro e penúltimo momento da missa. Este momento acontece numa altura em que, depois de termos sido estimulados pela atitude da escuta, por meio da Palavra proferida, somos agora chamados a desenvolver a nossa visão de uma forma mais vincada, uma vez que se dá início à chamada preparação do altar. Nele são colocados os dons, ou seja, o pão e o vinho, podendo-se associar também outros elementos consoante o tipo de celebração.
Nalgumas ocasiões festivas, o cortejo de oferendas que acontece tem um impacto visual forte e ajuda-nos a reconhecer que tudo isso deve convergir para o altar, lugar central, onde essa oferta se realiza. O altar é por isso o local, por excelência, da celebração da missa enquanto esta acontece. Porque o que de mais precioso nos é dado na missa acontece sobre esta mesa. É aqui que acontece o sacrifício eucarístico, expressão que logo à partida deve ser purificada e vista corretamente para não a associarmos simplesmente a algo custoso e difícil. A palavra “sacrifício” significa na sua origem “tornar algo sagrado” e é dessa maneira que entendemos que Jesus torna sagrada a oferta de Si mesmo. Começamos aqui a entrar no coração da eucaristia, onde Jesus oferece a sua vida por meio das espécies eucarísticas do pão e do vinho. Mesmo permanecendo com a mesma aparência e gosto aos nossos sentidos humanos, já não são simplesmente pão e vinho, mas o Corpo e o Sangue do Senhor Jesus Cristo, memorial da Última Ceia, na qual Jesus deixou aos seus discípulos a missão de continuarem esta forma de tornar a vida de Jesus presente pelos tempos fora: “Fazei isto em minha memória” (Lc 22, 19). A palavra “altar” significa, etimologicamente, lugar do sacrifício e recorda a entrega da vida de Jesus que se dá inteiramente por nosso amor, demonstrando-o na Sua Paixão e morte na Cruz. Jesus inaugura uma nova forma de culto, diferente daquele que vigorava na sua época. Agora já não são as ofertas exteriores de animais ou outros bens que devem ser oferecidos a Deus, mas a nossa própria vida. É por isso que o altar é beijado no início e no fim de cada eucaristia, porque representa a plena doação do próprio Jesus que se oferece inteiramente por nós e se dá por alimento. É esse o outro sentido do altar: assemelhando-se a uma mesa, leva-nos a entrar no ambiente de uma refeição, onde o próprio Jesus nos alimenta com a Sua própria vida.
Nesta parte da missa, aproximamo-nos daquele que constitui o momento de maior intensidade, onde as palavras do sacerdote são as próprias palavras de Jesus, sem alterações. Há uma clara intenção de entrarmos em plena relação e comunhão com o Senhor Jesus, que é auxiliada da nossa parte com uma posição corporal mais séria e contemplativa como é prática escutista. Esta posição mais estática leva-nos a mergulhar na cena e a deixarmos que também a nossa vida se torne oferta para o mundo, tal como a vida de Jesus. No fundo, deixar que Deus possa pegar na nossa vida e colocá-la ao serviço do mundo, deixando de parte os nossos planos, gostos e vontades para que Deus nos conduza para onde Ele quiser. Nas palavras de Carlo Acutis: “Não eu, mas Deus!” Uma frase simples e concisa que revela sem grandes palavreados o sentido da eucaristia no momento em que mais nos toca.
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Departamento de Comunicação & Imagem do Núcleo do Oeste